Publicado em 30 de outubro de 2025
Nem sempre a reserva de emergência entra na nossa lista de prioridades. Mas a verdade é que ela deveria estar lá no topo. Afinal, ter dinheiro guardado —e de fácil acesso —pode fazer a diferença na hora de um imprevisto de saúde, um acidente ou uma dívida fora dos planos.
De acordo com Erich Stefan Keller (CFP®*), especialista em planejamento financeiro pessoal e gestão patrimonial, a primeira medida para iniciar uma reserva de emergência é conhecer minuciosamente seu fluxo de caixa pessoal.
Tudo começa com você saber, em detalhes, quanto ganha por mês e quanto tem de despesa nesse mesmo período. É básico, parece óbvio, mas não é todo mundo que faz Erich Keller
A partir daí, é possível calcular se sobra dinheiro mensalmente e, então, avaliar como alocar esse valor para diferentes objetivos financeiros. "Uma vez que o excedente mensal é identificado, o próximo passo é a sua alocação estratégica", pontua Keller. O especialista reforça que essa quantia deve ser dividida para atender metas e objetivos diversos.
Mas como definir o que é emergência?
Para Keller, é importante que, primeiro, cada um defina o que considera uma emergência —essa autoavaliação é fundamental para determinar o montante adequado para a reserva. "Pode ser um problema de saúde, uma dívida que podemos correr o risco de contrair num curto prazo."
Outra dica importante: distinguir a reserva de emergência de outros investimentos de curto prazo. Keller explica que nem todo investimento de curto prazo se qualifica como reserva de emergência. "Quando você faz uma reserva de emergência, o fator mais importante é a liquidez, ou seja, a possibilidade de acessar o dinheiro imediatamente."
A verdadeira reserva de emergência
Em alguns produtos financeiros, a retirada dos valores investidos não é imediata --em investimentos caracterizados como D1 ou D2, os números representam a quantidade de dias que é preciso aguardar para ter acesso ao dinheiro após a solicitação de saque.
"Já os D0, como alguns fundos de renda fixa e até mesmo Tesouro Selic, funcionam assim: precisou, resgatou, caiu na conta na hora", diz Keller. "Essa liquidez instantânea é crucial para lidar com imprevistos."
Além da emergência
Mas atenção: colocar tudo o que sobra dos seus ganhos mensais em aplicações de alta liquidez não é a melhor opção. Parte deve ser direcionada para investimentos de longo prazo. Isso pode incluir a aquisição de bens futuros ou a construção de um patrimônio mais para a frente.
É importante manter objetivos de longo prazo, seja adquirir algum bem ou mesmo juntar dinheiro para o futuro, investindo em fundos de ações, por exemplo, ou em outras modalidades de renda variável. Erich Keller
Cada um no seu quadrado emergencial
Por fim, o especialista lembra que cada pessoa tem seus próprios objetivos e imprevistos financeiros. "O meu alvo na vida pode não ser igual ao seu, minhas urgências e emergências podem não ser iguais às suas. Antes de tomar decisões, avalie suas necessidades particulares."
Fonte: Economia Uol
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